quinta-feira, 30 de maio de 2013

FESTA DE CORPUS CHRISTI



Nesta quinta-feira, dia 30 de maio, a Igreja Católica no mundo inteiro celebra uma importante solenidade que reveste o mistério central de sua fé: Corpus Christi. Neste dia, celebra-se o Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo. Como tradição popular, muitos fiéis enfeitam as ruas com tapetes feitos à base de pó de serragem, com o objetivo de preparar o local para a procissão que traz o grande motivo da festa, Jesus Eucarístico.

Esta é uma solenidade que há séculos faz parte da vida dos cristãos católicos. O assessor da Comissão Episcopal Pastoral de Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Hernaldo Pinto Farias, explicou que a festa nasceu de uma prática da devoção popular que tem início no final do século IX, mas já no século XI ao XIII está muito difundida em vários lugares da Europa. Depois, em 8 de setembro de 1264, o Papa Urbano IV, com a Bula Transiturus, instituiu esta celebração para toda a Igreja. 

De acordo com padre Hernaldo, essa prática surgiu por causa da defesa da compreensão da teologia da presença real. “Contra as heresias do início do segundo milênio, essa festa vem reforçar a posição e a orientação da Igreja sobre a presença real de Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento”.

O padre comentou ainda que a Reforma Litúrgica procurou ampliar o Missal de 1970 até o atual, utilizando a denominação de Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. “Ou seja, é uma solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, não só do Corpo, pra não dar esse sentido de redução da compreensão do próprio mistério do Corpo e Sangue de Cristo”, explicou.

Importância

Para enfatizar a importância de se reconhecer em Corpus Christi uma solenidade não só do Corpo, mas também do Sangue de Cristo, padre Hernaldo recorreu à uma menção que o Papa João Paulo II, hoje beato, fez sobre o Sacramento na Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine, de 2004. Nessa carta, o beato disse que nenhuma dimensão desse Sacramento da Eucaristia pode ser deixada de lado, esquecida.

“Neste sentido, os textos bíblicos propostos, portanto, para esta festa nos trazem todas as riquezas deste Sacramento, como alimento, como banquete, aliança, sacramento da unidade da Igreja, do memorial da morte e da ressurreição de Cristo, não fica apenas no sentido da morte, mas revela o mistério como tal”, enfatizou o padre. 

O assessor da Pastoral Litúrgica da CNBB lembrou que o sentido maior dessa solenidade está na celebração da Quinta-feira Santa. Dessa forma, Corpus Christi é como uma repetição, uma duplicação do dia da instituição da Eucaristia, porém com um aspecto mais devocional, o que também é bem vindo para a Igreja. “A Igreja não condena, porém ela quer nos ajudar a não ficar no puro devocional, se não a gente se perde”.

A tradição dos tapetes, por exemplo, que todos os anos tomam as ruas de diversas cidades do país para preparar a procissão que traz Jesus Eucarístico, segundo padre Hernaldo, é costume popular de reverenciar, de dar importância e exaltar a própria Eucaristia. O Padre explicou que, no entanto, a Igreja não pode parar nesse puro reverenciar.

“A gente lembra os Santos Padres que nos convidavam a olhar o Sacramento para além dele, ou seja, a gente tem que celebrar, ver o Sacramento para além daquilo que ele está mostrando enquanto realidade física, ele está revelando também todo um mistério  que esse Sacramento quer nos ajudar a viver”, ressaltou. 

Como tradição popular, muitos fiéis enfeitam as ruas com tapetes feitos à base de pó de serragem, Café e Sal com o objetivo de preparar o local para a procissão que traz o grande motivo da festa, Jesus Eucarístico. 



 

Nenhum comentário: