sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Sua consciência é bem formada?


 
 
 
Para a pessoa que cometeu o mal, a voz de sua consciência é sempre um chamado à conversão e à esperança. É isto sobretudo, que nos distingue dos animais; eles não têm consciência do que fazem; não sabem se fizeram o bem ou o mal. O homem, ao contrário, sabe se fez o bem e se alegra; ou sabe que fez o mal e se entristece. Há em nosso interior uma voz divina que diz: “faça o bem, evite o mal”.
Mas a consciência precisa ser bem formada porque ela está sujeita às influências do meio.
O ser humano para ser feliz deve obedecer sempre ao julgamento certo de sua consciência. Se ele pisar na sua própria consciência, pisa naquilo de mais nobre que possui. Uma pessoa que decide fazer algo contra a sua consciência peca e assume diante de si mesmo uma grande dívida. O Cardeal Newman, falando da consciência, dizia:
“É a mensageira daquele que, no fundo da natureza bem como no fundo da graça, nos fala através de um véu, nos instrui e nos governa. A consciência é o primeiro de todos os vigários de Cristo”.
Santo Agostinho chama-nos a sempre voltar para ela:
“Volta à tua consciência, interroga-a,… Voltai irmãos ao interior, e em tudo o que fizerdes atentai para a testemunha, Deus” (ep. Jo 8,9).
O Catecismo da Igreja ensina que:
“Uma consciência bem formada é reta e verídica. Formula seus julgamentos seguindo a razão, de acordo com o bem verdadeiro querido pela sabedoria do Criador. A educação da consciência é indispensável aos seres humanos submetidos a influências negativas e tentados pelo pecado a preferirem o próprio juízo e a recusar os ensinamentos autorizados… A educação da consciência é uma tarefa de toda a vida… garante a liberdade e gera a paz do coração.
Na formação da consciência, a Palavra de Deus é a luz de nosso caminho; é preciso que a assimilemos na fé e na oração e a coloquemos em prática… É preciso ainda, que examinemos nossa consciência confrontando-nos com a Cruz do Senhor. “Somos assistidos pelos dons do Espírito Santo, ajudados pelos testemunhos e conselhos dos outros e guiados pelo ensinamento autorizado da Igreja” (CIC §1783-1785).
A Palavra de Deus é o melhor meio para formar uma consciência reta, nem laxa e nem escrupulosa.
“A Palavra de Deus é útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (2 Tm 3,16-17).
As bem-aventuranças nos dão os critérios de discernimento no uso dos bens terrestres, de acordo com a Lei de Deus, por isso é base da nossa Moral. Diz o Eclesiástico que:
“Deus deixou o homem nas mãos de sua própria decisão” (Eclo 15, 14), para que pudesse livremente aderir a Deus, e chegar, assim, à feliz perfeição (GS 17, 1).
A responsabilidade de uma ação humana pode ser diminuída ou até eliminada em certos casos, por causa da ignorância, violência, medo e outros fatores psíquicos ou sociais. (cf. CIC §1746)
A Igreja ensina com firmeza que:
“Não se pode justificar uma ação má, embora feita com boa intenção.” (São Tomás de Aquino, Decem. Praec. 6).
Os fins não justificam os meios; por exemplo, não de pode matar uma pessoa, pela eutanásia, com o desejo de diminuir o seu sofrimento. Não é permitido fazer o mal para que daí resulte um bem. Este princípio hoje é muito violado, em nome da “caridade”. Se esta norma for violada, toda a Moral desaba e toda verdadeira civilização perece. Sem a verdade moral não há verdadeira caridade e salvação.
A moral católica não é um mero sistema de preceitos e proibições como alguns possam pensar, e nem é também um sistema que ensina o cristão a praticar certas normas, com o mínimo de incômodo, a fim de tranquilizar a sua consciência diante de Deus. Isto seria diminuir a moral e a grandeza do homem.
A moral católica tem como objetivo levar o homem à realização da sua vocação suprema, que é a perfeição e a santidade. Ela tem como objetivo dirigir o comportamento do homem para o seu Fim Supremo que é Deus. Nenhuma pessoa é chamada a viver uma vida medíocre, mas repleta de espiritualidade e amor a Deus e aos irmãos.
A Moral vai além da Ética filosófica. Esta deseja contribuir para o bem humano, mas apenas com as luzes da razão, do bom senso e do raciocínio sem levar em conta o Plano e a Revelação de Deus para a salvação da humanidade. A Ética é válida, mas não atinge o mais profundo do mistério do homem.
A Moral também vai além do Direito que se baseia em leis humanas; mas nem sempre perscruta a consciência. Pode acontecer de alguém estar agindo de acordo com o Direito, mas não de acordo com a consciência. Por exemplo, o divórcio é legal, mas não é moral. E há muitos países onde a desumanidade do aborto é aprovada.
 
Fonte: Blog do Carmadelio

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